domingo, 15 de junho de 2025

Flores do Cerrado

 Flor do cerrado

Ferrado de burro

Ferrada na vida

Surrada de morte

Flores do cerrado 

saindo de jeito, 

com gestos leves. 

Gente  penteada, sapato verniz, 

Saia bordadada.

Saia de filó.

Sapato de veniz.

Flor do cerrado

Flor despresada.

Flores do cerrado, 

Carrapato, mosquito que voa, zoa e ferra a cara careta da gente

Flores do cerrado, banda, bagunça e furdunço.

Rola conhaque, coca, não cola.

Flores do cerrado 

Banda, 

Samba,

Bumbu, 

Maráca, marchinha, 

Furdunço

Flores do cerrrado andando,

andando, aguentando chatura, feiura.

Flores do cerrado dançam ao vento a "Valsa do Amor maior" que sai da flauta doce atravessa coração;

bate melodia, bate sadia, bate sorte,  no poste de luz, bate forte.

Enfim noire, a luz do poste acende. 

É a vez dos insetos, aparecem de todo lado para disputar a nesga de luz do único poste com luz.

Batalha sem arma que o inseto é perdedor.

Triste batalha sem armas, de flores, de bichos, todos sabem o final.

Ninguém desiste dela.

Brasília, 2004








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