Flor do cerrado
Ferrado de burro
Ferrada na vida
Surrada de morte
Flores do cerrado
saindo de jeito,
com gestos leves.
Gente penteada, sapato verniz,
Saia bordadada.
Saia de filó.
Sapato de veniz.
Flor do cerrado
Flor despresada.
Flores do cerrado,
Carrapato, mosquito que voa, zoa e ferra a cara careta da gente
Flores do cerrado, banda, bagunça e furdunço.
Rola conhaque, coca, não cola.
Flores do cerrado
Banda,
Samba,
Bumbu,
Maráca, marchinha,
Furdunço
Flores do cerrrado andando,
andando, aguentando chatura, feiura.
Flores do cerrado dançam ao vento a "Valsa do Amor maior" que sai da flauta doce atravessa coração;
bate melodia, bate sadia, bate sorte, no poste de luz, bate forte.
Enfim noire, a luz do poste acende.
É a vez dos insetos, aparecem de todo lado para disputar a nesga de luz do único poste com luz.
Batalha sem arma que o inseto é perdedor.
Triste batalha sem armas, de flores, de bichos, todos sabem o final.
Ninguém desiste dela.
Brasília, 2004